O presidente do Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, tem comemorado, todo fim de ano, que seu setor continua em alta. Em 2002, os estaleiros contavam com apenas 2 mil empregados e agora, já computam 78 mil empregos diretos.

– As notícias boas se sucedem, com encomendas de plataformas, navios-sonda e barcos de apoio. É verdade que para isso está sendo fundamental a política dos governos Lula e Dilma, de fazer contratações no Brasil e obrigar quem explora petróleo a manter altos níveis de conteúdo nacional – destacou.
Recordou que só o campo de Libra, recentemente licitado, poderá adicionar até 18 plataformas ao estoque de encomendas do setor, que já conta com 400 obras. Há perspectivas de serem encomendados, no início de 2014, entre 12 e 13 navios-sonda. Quanto a barcos de apoio, houve alguma defasagem, mas isso está sendo superado com novas licitações – comentou.
Para Rocha, um setor que ainda não fez encomendas de vulto – exceção feita à empresa Log-In – foi a armação. O representante dos estaleiros cita que empresas brasileiras de capital estrangeiro têm importado navios, mesmo pagando as devidas taxas, mas que o ideal seria que empresas de capital nacional, operando tanto na cabotagem, como nas linhas externas, voltassem a encomendar aos estaleiros nacionais. Admitiu, no entanto, que a classe armatorial negocia com o Governo condições para que disponha de mais competitividade e, quando isso ocorrer, também a armação deverá fazer pedidos à construção naval local.
Em Recife, Dilma Rousseff, após informar que a P-62 era uma das nove plataformas entregues em 2013, sentenciou: “Nós decidimos, sim, que deveria ser produzido no Brasil o máximo possível dos equipamentos necessários aos investimentos. Nós decidimos, sim, que o governo faria tudo para garantir que essa indústria naval, que nos anos 80, nos anos de 1980, tinha sido a 2ª indústria naval do mundo, ressuscitaria das cinzas e voltaria a ser uma das indústrias mais importantes, não só do Brasil, mas do mundo, porque essa indústria será isso, ela tem capacidade de ser isso, vocês têm capacidade de transformá-la numa indústria de nível internacional”.
E acrescentou: “Além disso, nós decidimos que as críticas, o descrédito que lançavam sobre esse projeto não poderiam nos amedrontar, não iriam colocar a gente na defensiva. Nós íamos partir para a ofensiva e implantar a indústria naval. Como? Através da garantia de demanda que os projetos da Petrobras representam para um país. Por que isso? Porque a Petrobras é uma das maiores empresas de petróleo do mundo. Portanto, ao produzir petróleo e gás, ela gera demanda. Então, uma parte dessa demanda seria ofertada pelo trabalho do Brasil”.
Na gestão FH, os recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM) eram desviados – sob a sofisticada designação de “contingenciamento” – para pagar juros da dívida. Agora, além dos próprios recursos, o FMM é suprido com dinheiro extra do Tesouro.
Fonte: Monitor Mercantil
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